30 de set. de 2012

Resposta a um ateu


Por Davi Lago

· Escrevi no início de 2006, aos 19 anos, um pequeno texto chamado “O que a Bíblia diz sobre o ateísmo”. (TEXTO EM PRETO)
· Descobri hoje (28/9/12)  que em 2011 um ateu chamado Wagner, doutorando em informática, fez uma réplica ao meu texto no site “Bar do Ateu” (TEXTO EM AZUL)
· Escrevi então a tréplica (TEXTO EM VERMELHO)
· Apesar de meu texto de 2006 ser despretensioso e refletir minha empolgação adolescente, ainda assim, todas as críticas feitas pelo tal do Wagner são desqualificadas.
· Acho importante a reflexão séria e, portanto, não costumo perder tempo respondendo esse tipo de crítica leviana. Mas nesse caso abri uma exceção.


Segue abaixo tudo:


BAR DO ATEU

Esses dias, deparei-me com o texto abaixo, escrito por um pastor em seu site. Como ele não deixou espaço para comentário, vi-me obrigado a trazer para cá o debate e questionar os pontos que ele levanta.
Lógico que entendo que o ponto de vista dele em nada fere meu princípio, dado que ele se baseia num livro no qual não acredito como fonte de verdade, nem o considero historicamente confiável.
Todo o texto do pastor é baseado na bíblia, o que apela para as conhecidas falácias de Argumentum ad antiquitatem e Argumentum ad Verecundiam.

Wagner,

Encontrei sua réplica ao meu texto “O que a Bíblia diz sobre o ateísmo”.

Você afirmou: “Todo o texto do pastor é baseado na bíblia, o que apela para as conhecidas falácias de Argumentum ad antiquitatem e Argumentum ad Verecundiam”.

Ora, ainda bem que você percebeu que todo meu texto é baseado na Bíblia. Isso é óbvio desde o título. No entanto, este não é um texto onde procuro justificar minha fé na Bíblia. (Eu poderia escrever sobre isso para você, caso você tenha interesse).

Desse modo, você está equivocado:

Primeiro, ao afirmar que cai no ad antiquitatem: EM NENHUM MOMENTO AFIRMO QUE CREIO NA BÍBLIA POR CAUSA DA IDADE DELA OU POR CAUSA DE SUA TRADIÇÃO. De onde você tirou isso? Você realmente estudou argumentação e lógica?

Segundo, ao afirmar que cai no ad verecundiam: Você realmente sabe o que é uma falácia baseada na autoridade? Estude mais para entender que o apelo à autoridade não é necessariamente falacioso. Desde que a autoridade em questão seja abalizada, não há que se falar em ad verecundiam.

Ou seja, antes mesmo de iniciar sua réplica você já comete a falácia clássica da “sabotagem na fonte”, também conhecida como “linguagem apelativa”.

Outro detalhe: Nota-se ainda que você copiou e colou o nome latino das falácias direto da Wikipedia. Realmente esperava mais de você. Pelo que li no seu site, parece que você é professor de informática e está fazendo um doutorado. Como é óbvio, existem inúmeros livros e tratados de argumentação, obras onde você pode realmente aprender sobre lógica, retórica e argumentação. Isso é só uma observação adicional, não precisa dizer que estou cometendo um ad hominem ou ad personam.

Enfim, a seguir fiz duas coisas:

1. Escrevi alguns comentários sobre o que você disse;
2. No fim coloquei um convite.


“Diz o tolo em seu coração: Deus não existe” (Salmo 14.1). 


Sim, e no mesmo livro lê-se: “Ah! Filha da Babilônia, que vais ser assolada! Feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós! Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras!” (Salmo 137.8-9)

Ou seja, são textos confiáveis, totalmente inspirados por deus, certo? Então, pela lógica, levemos à sério ambos os textos e vamos começar nosso próprio "jihad" menor.


Wagner, logo no início você tenta desqualificar a Bíblia. Contudo, você procura fazer isso de modo bastante infantil, ferindo um princípio elementar na interpretação de qualquer texto: você cita o texto bíblico do Salmo 137 de forma isolada/descontextualizada.

Que decepção. Que argumento pífio.

Qualquer estudante do primeiro período de qualquer curso de teologia pode te explicar isso.

Você afirma “Então, pela lógica levemos à sério ambos os textos e vamos começar nosso próprio jihad menor”. Na verdade você apela para a ilogicidade e revela uma interpretação absolutamente tacanha da Bíblia.

Você comete na primeira afirmação a FALÁCIA MAIS ELEMENTAR QUE EXISTE: tirar conclusões a partir de elementos muito escassos. Você crava um pensamento reducionista muito falacioso, ignoratio elenchi.

Sua consideração inicial é tão frívola que, num debate sério, você acabaria com sua própria credibilidade no primeiro minuto.

Você jamais será levado à sério enquanto fizer afirmações assim.


Esta é uma das principais declarações que a Bíblia faz sobre o ateísmo. Podemos destacar dois pontos: 

1. O ateísmo é uma tolice. Negar a existência de Deus é tolice porque a existência de Deus é óbvia. A Bíblia em nenhum momento procura defender a existência de Deus porque ela é a mais elementar de todas as verdades. A Bíblia já começa afirmando categoricamente: “No princípio Deus criou os céus e a terra” (Gênesis 1.1).

Falácia pura. Está usando o Argumentum ad antiquitatem, em combinação comArgumentum ad Verecundiam Argumentum ad hominem.

Ou seja, apela pela antiguidade da bíblia, pressupondo sua veracidade pelo tempo de existência e a pressuposta mão de um deus em sua elaboração, assumindo-se tudo isso, quem não acredita é tolo, forçando um ataque pessoal aos questionadores.

Fico muito chateado com essa forma de ataque, pois, demonstra um despreparo e desconhecimento holístico de quem o profere. Pior, nas mentes onde são plantadas, acabam germinando e se transformando em preconceito.

Wagner, neste ponto você comete outro equívoco colossal: você pressupõe quais são meus pressupostos e combate coisas que eu não afirmei em lugar algum.

Neste texto eu não procuro EM MOMENTO ALGUM defender a confiabilidade/credibilidade da Bíblia. Fica evidente que eu creio na Bíblia. Mas este não é um texto que eu defendo minha fé na Bíblia.

Dizer que eu apelo “pela antiguidade da bíblia, pressupondo sua veracidade pelo tempo de existência” é patético. Assim como você, acredito que isso não é argumento válido para afirmar a credibilidade da Bíblia.

Em nenhuma parte do texto afirmo isso.

Ou seja: ou você não possui as noções básicas de interpretação de texto, ou está aqui só para provocar. Prefiro crer que você é inteligente e está aqui só para provocar.

E mais: Você me acusa de ad hominem, mas é você quem apresenta essa falácia ao dizer: “Fico muito chateado com essa forma de ataque, pois, demonstra um despreparo e desconhecimento holístico de quem o profere”. Ora, quem está realizando um ataque indevido ao oponente? Você insinua que o autor (no caso eu) é despreparado e sem conhecimento.

Ou seja, você não apenas faz críticas a coisas que o texto não está afirmando, mas faz asseverações falaciosas.


A Bíblia afirma que Deus não pode ser conhecido completamente por nós, mas pode ser conhecido suficientemente: “Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas” (Romanos 1.20).

Realmente, o homem primitivo via o sobrenatural em todas as coisas. O sol, a lua, a chuva, o trovão, os raios, os vulcões, tudo era obra de alguma entidade metafísica que povoava suas mentes e se transmitia pela cultura oral dos aglomerados humanos.
Mas, se essa cosmovisão é inquestionável, como saber qual o deus é verdadeiro, dado que diversas culturas produziram seus arquétipos? Desde os deuses sumérios, mesopotâmios, egípcios, passando pelos hebreus, gregos, romanos e nórdicos? Isso sem contar os deuses das culturas africanas e ameríndias. Talvez esse deus da idade do bronze não seja o deus que criou todas as coisas, pois, assim como a bíblia, diversos outros livros atestam seus próprios deuses. Isso sem contar que existem indícios que os textos bíblicos são um grande plágio de outras culturas. Deixo claro que não estou acusando de plágio doloso, mas, entendendo que esse é um processo natural dado todo atravessamento que as outras culturas podem ter deixado no povo hebreu.  Veja nossa cultura, onde "vendemos" a feijoada e o carnaval como produtos legitimamente nacionais, quando, na verdade, nós assumimos a cultura de outros, e isso em meros 500 anos.




Wagner, aqui você melhora um pouco. Na verdade, aqui vislumbro sinceridade em você. Neste trecho da sua réplica não há críticas ao meu texto.

Em primeiro, você reafirma o óbvio: “o homem primitivo via o sobrenatural em todas as coisas”. Ótimo. Ponto pacífico.

Em seguida, você, sem me ofender, levanta duas questões muito importantes:

Primeira questão: “como saber qual o deus é verdadeiro?”. Esta é, de fato, uma pergunta absolutamente válida.

Segunda questão: você aponta para uma possibilidade: “existem indícios que os textos bíblicos são um grande plágio de outras culturas” e honestamente confessa que não está acusando os povo hebreu de “plágio doloso”.

Caro Wagner, realmente não vejo esses dois questionamentos como afrontas ao que escrevi. Caso você realmente queira saber minha resposta a ambos, terei prazer em escrevê-los num texto para você.


Deus é claramente visto na criação. Desse modo, o ateísmo é considerado tolice porque ele é irracional, é ir contra o evidente, o razoável. Na verdade o ateísmo é a maior tolice possível de se existir. O ateu simplemente fecha os olhos para as evidências e tapa os ouvidos para a razão.

Aqui vemos um ataque desesperado ao ateísmo, aplicando novamente o Argumentum ad hominem, ou seja, se não acredita em deus é tolo.  

Claro que os ateus são irracionais, afinal, como podemos deixar de acreditar em cobras que andam e falam, em sol que para no céu ao ser comandado (desafiando todas as leis da física), em mar que se abre no meio e que a Terra tem 6000 anos (conforme pode-se concluir no mesmo livro usado pelo acusador).

Aqui novamente você comete o equívoco de associar o ad hominem ao que escrevi. Meu texto não é um arrazoado contra o ateísmo, mas uma exposição sucinta acerca do que a Bíblia afirma sobre o ateísmo. Um texto escrito da perspectiva teísta para teístas – como o próprio título já indica.

Agora eu acho engraçado você dizer que eu cometo a falácia ad hominem quando você mesmo a utiliza o tempo todo, como quando afirma: “claro que os ateus são irracionais, afinal, como podemos deixar de acreditar em cobras que andam e falam...”. Ou seja, você faz um apelo ao ridículo para tentar desmoralizar aqueles que acreditam na Bíblia,

Na verdade, há várias pressuposições equivocadas nas suas palavras. Todas elas juntas configuram a “falácia do espantalho”, ou seja, caricaturar uma visão contrária para que seja fácil refutá-la. São elas:

1. Você pressupõe que todos os teístas acreditam na literalidade do relato da serpente de Gênesis. O que, evidentemente, não é verdade.

2. Você pressupõe que milagres não existem ao ridicularizar o relato do livro de Josué de que o sol parou e afirmar: “desafiando todas as leis da física”. Você comete aqui a famosa falácia da “definição persuasiva”.

3. Você pressupõe que todos os teístas acreditam que a Terra tem 6.000 anos, quando, obviamente, não é verdade. E mais: ao afirmar “conforme pode-se concluir no mesmo livro usado pelo acusador” você comete a falácia non sequitur.

Ou seja, suas críticas são bem superficiais. Você demonstra possuir uma visão bem simplista do que realmente é a teologia judaico-cristã.

Mas por qual motivo ele faz isso? Isso nos leva ao próximo ponto: 

2. A tolice do ateísmo surge a partir do coração pecaminoso do homem. Nenhuma pessoa torna-se ateísta por causa de argumentos, mas sim por causa do pecado em seu coração. Não existe um único argumento conclusivo que prove a não-existência de Deus. Em Romanos 1.19 a Bíblia afirma que os ateus não negam Deus pela lógica, mas pela injustiça: “os homens suprimem a verdade pela injustiça”.

Típico Argumento do “poço envenenado”, ser ateu é ser pecador.  O ateu tem o "coração" pecaminoso, como se o coração fosse dotado de neurônios para comportar sentimentos e atitudes anti-éticas. Começa-se por aí: o coração é um órgão muscular que bombeia o sangue  não giuardar sensações. Entendo que é uma metonímia, mas, ela tem um apelo forte ao imagético social. O autor ainda afirma: "Não existe um único argumento conclusivo que prove a não-existência de Deus", mas, o mesmo pode-se afirmar ao contrário, ou seja, é uma fala questionável. Atacar os ateus tem sido a melhor estratégia para os teístas. Afimar que somos tolos e sem pudor, que nossa mente só pensa em "pecado" e, por isso, "fugimos" e "negamos" a deus. Posso afirmar que, em meu caso, o que me trouxe ao ateísmo foi a leitura da bíblia. Como professar uma fé baseada em um livro tão falho, cheio de inconsistências e antagonismos, que deus é esse que assina um livro como esse? Nesse momento abandonei todas as religiões e passei a questionar a existência de seres metafísicos, foi uma caminhada no agnosticismo, admito, mas, hoje sou um cético feliz.

Aqui você me afronta afirmando que utilizo o “argumento do poço envenenado, ser ateu é ser pecador”. Bom, é ridículo você dizer isso porque eu simplesmente não argumento nada. Meu texto é uma exposição breve do que está na Bíblia. E a Bíblia realmente afirma que todos os homens são pecadores, e não apenas os ateus (Romanos 3.23). A Bíblia realmente afirma que o coração de todos os homens é um poço de pecado (veja, por exemplo, Marcos 7.20-23).

Agora eu acho muito contraproducente você fazer afirmações como: “como se o coração fosse dotado de neurônios para comportar sentimentos e atitudes anti-éticas”. Wagner, me poupe disso, por favor. É completamente óbvio que o termo “coração” é uma metáfora (mais do que uma metonímia).

Embora você mesmo afirme “Entendo que é uma metonímia...”, você faz questão de implicar onde não há necessidade.

Em seguida, você acertadamente afirma que não há um único argumento conclusivo que prove a não-existência de Deus bem como não há nenhum que prove a sua existência. Ótimo: outro ponto pacífico entre nós dois.

Mas, precipitadamente você afirma que “atacar os ateus tem sido a melhor estratégia dos teístas”. Isso não é verdade. Basta ler qualquer livro de história da filosofia. E, ainda que fosse, não vejo problema algum nisso.

Você afirma na sequência que, na sua opinião, a Bíblia é um livro falho cheio de inconsistências e antagonismos. Bom você não citou nenhuma falha, então não há o que combater...

Então fica claro aqui que temos que fazer uma escolha entre crer ou não crer em Deus. Você leu a Bíblia e decidiu não crer. Eu li a Bíblia e decidi crer. Você assume seu ceticismo. Eu assumo meu teísmo cristão. A pergunta que, creio, seria útil nós debatermos é: Por que você escolheu pelo ceticismo e por que eu escolhi pelo cristianismo? Poderíamos estabelecer uma correspondência sobre isso. Ai sim nossa conversa seria mais proveitosa.


A Bíblia afirma que o ateu nega a existência de Deus porque ele decidiu viver para o pecado. Ou seja, convém ao ateu que Deus não exista. É através da negação da existência de Deus que o ateu justifica sua vida imoral, pevertida, depravada, irresponsável, arrogante, mentirosa. Como afirmou Agostinho: “Ninguém nega Deus a não ser que lhe interesse que Deus não exista”.



Outra vez, o pastor reforça que o ateu tem uma "vida imoral, pevertida, depravada, irresponsável, arrogante, mentirosa", incitando o preconceito e, quiçá, o ódio aos mais fundamentalistas.  É uma atitude muito irresponsável do referido pastor, do qual se espera, por seus seguidores, ser um mensageiro de deus, mas, ao contrário, vocifera palavras de intolerância e acusações levianas. Sou ateu, mas não sou depravado, não sou pervertido, imoral, nem qualquer outro rótulo que o pastor tenha nos colocado. Inclusive, as melhores pessoas que conheço, são ateus. 

É bom lembrar que vemos muitas dessas características em conhecidos cristãos que abusam da suberviência dos outros para proveito próprio. Quanto a santo Agostinho, contextuar a frase dele nos dias de hoje é mais uma forma de abuso. A ciência daquele tempo para a ciência do hoje, permite que as pessoas questionem os deuses sem ter interesse político ou financeiro envolvidos.



Wagner, aqui eu realmente reconheço meu erro. O texto ficou mal escrito neste ponto. O certo seria eu ter escrito: “É através da negação da existência de Deus que ateus justificam suas vida imorais, pevertidas, depravadas, irresponsáveis, arrogantes, mentirosas”.

Realmente eu fiz uma afirmação genérica que não condiz com a realidade. Faltou o termo “há”, porque verdadeiramente há ateus de uma linha mais niilista que levam uma vida desvairada por não acreditarem em valores morais, e muitos acabam no suicídio. Mas por outro lado, não são todos assim. Você, por exemplo, aparenta ser uma pessoa inteligente. E eu realmente tenho muitos amigos ateus a quem amo muito, e que são muito inteligentes.

Reconheço que faltou o “há” e minha frase foi mal formulada.

Reconheço que há inúmeros cristãos que abusam dos outros.

Quanto à citação do Agostinho, acho irrelevante polemizar.



Só entre os homens pecadores encontram-se os ateus. A Bíblia afirma que até os animais não duvidam da existência de Deus: “Pergunte, porém, aos animais, e eles o ensinarão, ou às aves do céu, e elas lhe contarão; fale com a terra, e ela o instruirá, deixe que os peixes do mar o informem. Quem de todos eles ignora que a mão do SENHOR fez isso?” (Jó 12.7-9). Mais que isso, a Bíblia afirma que nem mesmo os demônios duvidam da existência de Deus: “Você crê que existe um Deus? Muito bem! Até mesmo os demônios creem - e tremem!” (Tiago 2.19).

O pastor, agora, acaba de cometer uma datenisse, e diz que todos ateus são pecadores. Como gosta de ad hominem esse sujeito. Para coroar o parágrafo, afirma que até os animais não duvidam da existência de deus. Tem um laudo zoológico para afirmar isso? Andou conversando com golfinhos? Basear essa afirmação num livro que diz que cobras falavam, jumentos se comunicavam (história de balaão), pensando bem, faz sentido!


Wagner, aqui novamente sua crítica ao meu texto não tem muito fundamento porque eu simplesmente transcrevi o que a Bíblia diz. Não há laudo zoológico e não conversei com golfinhos, mas acredito no que a Bíblia diz e tenho boas razões para isso. Posso lhe escrever sobre isso, caso se interesse.


Conclusão: A Bíblia desqualifica o ateísmo como crença válida revelando sua irracionalidade, inconsistência e incoerência. Dessa maneira, a Bíblia não perde tempo com o ateísmo, ela se preocupa com a idolatria. O primeiro dos Dez Mandamentos é contra a idolatria não contra o ateísmo. O grande perigo da civilização não é que ela não creia em Deus, mas que ela se entregue à fantasias e imaginações ímpias. Os homens nunca deixarão de crer em algo, eles sempre estão em busca de Deus, de sentido, de propósito, de vida eterna. Assim, os homens sempre estão fazendo deuses para si. Mesmo os ateus adoram deuses, seja o sexo, o vício, o dinheiro, o status, ou até mesmo um filósofo. A grande pergunta não é: “Deus existe?”, mas sim: “Que tipo de Deus existe?”. Por isso Jesus também não se preocupou tanto com o ateísmo, mas com a idolatria. A preocupação dele não era apenas que as pessoas acreditassem em Deus, mas sim no Deus verdadeiro. Ele orou assim: “Está é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17.3).

Ser desqualificado pela bíblia não me incomoda, é como dizer que sou trouxa, baseado nos livros de Harry Potter. O que me incomoda é que a legião de seguidores desse livro é maior e, algumas vezes, mais insandecida, apelando para a violência moral (algumas vezes físicas) para impor suas "verdades" e purificar o mundo dos infiéis.

O pastor afirma que a bíblia "não perde tempo com o atéismo", pra que ele perdeu, então? Ele não deveria imitar seu deus?

Uma frase que ficou marcada pra mim: "O grande perigo da civilização não é que ela não creia em Deus, mas que ela se entregue à fantasias e imaginações ímpias", pastor, a bíblia e seu deus são grandes fantasias. Acreditar em seres imaginários que são vingativos e cruéis é algo muito questionável. Outra coisa, sua fé vem em queda mundial. Já é previsto que em 20 anos o islamismo será maior que o cristianismo como um todo. (23% contra 17,4%, dados de 2009) Hoje eles já tem mais fiéis que o catolicismo. Seu deus está com sérios problemas de marketing, também, com os representantes que ele arruma. Talvez ele deva apelar para o Duda Mendonça. (eu sei, estou sendo sarcástico, me desculpem, mas, ele que começou).
  
Para finalizar: que deus é esse que elege, nos dias de hoje, apenas 33% da humanidade, (dados de 2008) condenando os outros 67% à férias permanentes num local de temperaturas extra-super-hiper-tropical? Ah! Sim, pastor, estou colocando no bolo os católicos, que representam 17,4% dessa fatia, mas, acredito que eles não estão na sua lista de convidados, certo?

Abraço
E, fique com a razão. 

"Sapere Aude"  (Bilu)

Se você não se sente ofendido pela Bíblia isso é um sentimento seu que deve ser respeitado. Mas, ainda que você não acredite na Bíblia, compará-la com os livros do Harry Potter não é muito razoável.

Você novamente faz afirmações genéricas e simplistas acerca da “legião de seguidores desse livro”. Você disse: “apelando para a violência moral (algumas vezes físicas) para impor suas ‘verdades’ e purificar o mundo dos infiéis”. Ora, é óbvio que é uma generalização muito mal feita. Não tem nem o que discutir com você. Bom, eu reconheci que generalizei acerca dos ateus, você poderia fazer o mesmo neste ponto.

Você disse ainda: “O pastor afirma que a bíblia "não perde tempo com o atéismo", pra que ele perdeu, então? Ele não deveria imitar seu deus?”.

Que comentário desnecessário. O que eu afirmei está bem claro na conclusão. A Bíblia diz coisas sobre o ateísmo, mas não valoriza muito esse tópico por que está mais preocupada com a idolatria. “Ele não deveria imitar seu deus?”. O que que isso tem a ver??????? De onde você tirou isso?

A conclusão da sua réplica é um perfeito exemplo da falácia “desviar a atenção do assunto”. Você dispara desesperado para todas as direções, falando nada com nada. Não apresenta um argumento sequer.

“Pastor, a bíblia e seu deus são grandes fantasias”. Isso é uma opinião sua. Na minha opinião seu ceticismo é uma grande ilusão e uma espécie de autodefesa contra a realidade de Deus.

“Acreditar em seres imaginários que são vingativos e cruéis é algo muito questionável”. Por que é questionável? Isso é mera opinião sua. Na minha opinião é muito questionável ser cético. Gostaria de saber então qual seria a sua cosmovisão, sua epistemologia, seus valores. Por que tudo o que você faz é criticar, sem apresentar nada positivo. Em que você acredita? O que fundamenta seu ceticismo? Como você chegou às suas conclusões? Sinceramente gostaria de saber.

Seu sarcasmo não me ofende, eu realmente achei engraçado. Mas novamente você ficar dizendo que o islamismo será maior que o cristianismo, que minha fé está em queda, isso não significa ABSOLUTAMENTE NADA no debate em questão.

A sua ironia ao fim do texto também não SIGNIFICA NADA.

Sinceramente gostaria de iniciar uma conversa franca sobre todas essas questões caso você tenha interesse.

Parece que você é de Vitória. Sou de Belo Horizonte mas estou direto por ai e caso você queira podemos tomar um café.

Um abraço,

Devolvo a razão para você.

Soli Deo Gloria

Davi Lago