18 de out. de 2011

Não creio num Deus Sílvio Santos

Por Davi Lago


O Deus Sílvio Santos é aquele que só vive perguntando: “Quem quer dinheiro?”.

Dizem por aí que o Sílvio Santos é tão rico que o Sr. Barriga deve 14 meses de aluguel para ele.

Dizem por aí que Deus é assim: um ricão. E mais: que ele só serve para dar dinheiro para os crentes.

Poupem-me por favor. Não creio num Deus assim.

Se o problema da humanidade fosse financeiro, Deus teria enviado um empresário zilhonário com a missão de distribuir dinheiro para todos. Mas o problema humano é espiritual, por isso Deus enviou Jesus.

Dinheiro não é necessariamente sinal de que Deus está abençoando uma pessoa.

Repare o óbvio: os santos apóstolos de Cristo não foram ricaços ou magnatas, mas homens simples, sem a posse de riquezas materiais.

O evangelho ensina que o valor de uma pessoa não está em seus bens, mas sim em seu caráter e relacionamento com Deus. O que nos torna grandes não é o sucesso diante dos homens, mas a intimidade com Jesus Cristo. Em certa ocasião, Jesus disse: “Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens” (Lucas 12.15).

O pastor Martyn Lloyd-Jones afirmou em seu sermão chamado Materialismo: “A visão não-cristã da vida faz de nós criaturas minúsculas, porque nos estima e nos julga por aquilo que possuímos, não considerando nada sobre nossa alma e o que nos liga a Deus. Ela nada sabe sobre essas coisas. É um insulto à natureza humana”.

Em 1Timóteo 6.7-10 Paulo usa três argumentos para refutar esse mito de que o dinheiro traz felicidade:

Primeiro: você está destinado à eternidade e o dinheiro é apenas temporal. “Porque nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele” (6.7).

Segundo: você não precisa de riqueza para ser feliz agora. “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (6.8). Hebreus 13.5 diz: Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as cousas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma, te deixarei, nunca jamais te abandonarei”.

Terceiro: o desejo por riqueza pode destruir você. “Ora,o que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (6.9,10).

Eu creio apenas no que a Bíblia afirma sobre Deus.

Creio que Deus é dono de tudo o que existe: “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem” (Salmo 24.1).

Creio que Deus é governador de todas as coisas:  “O seu domínio é um domínio eterno; o seu reino dura de geração em geração” (Dn 4.34).

Creio que Deus que é capaz de suprir nossas necessidades de acordo com sua vontade: repare que “O pão nosso de cada dia nos dá hoje” (Mt 6.11) é uma oração, não uma afirmação. É possível que cristãos fiéis passem necessidade de acordo com a vontade de Deus. O apóstolo Paulo afirmou categoricamente: “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade” (Fp 4.12).

Mas as Escrituras não me autorizam a crer num num Deus Sílvio Santos.